Calma, leitor, calma. Não haverá (por ora) míssil do espaço caindo em favelas do Brasil contra traficantes. A pressão dos Estados Unidos para que o Brasil classifique as facções PCC e CV como organizações terroristas não implica em tornar favelas vulneráveis a ataques cirúrgicos – como os americanos fazem com grupos terroristas na África e Oriente.
Essa classificação tem mais poder pois, legalmente, permitirá que os EUA apliquem sanções contra seus integrantes e sócios, asfixiando financeiramente as organizações mapeadas por suas polícias. Trata-se de medida muito mais eficaz que um ataque militar.
O Itamaraty trabalha contra essa classificação na ONU e, ao negar, o Governo Brasil mantém essas organizações à margem de sanções e livres para lavar dinheiro do Hezbollah e Hamas, como já se comprovou. Além disso, PCC e CV mantêm relações com as FARC da Colômbia, que nunca se desmobilizou de fato.