Por Leandro Mazzini, editor da Coluna
Não tem nada a ver com Jair Bolsonaro – já escrevi isso quando estourou a bomba verbal de Donald Trump no tarifaço contra o Brasil (leia aqui). Agora, vem à tona o real motivo, que já citei: é a geopolítica.
O encarregado de negócios dos Estados Unidos na Embaixada no Brasil, Gabriel Escobar, disse a seleto grupo de empresários e políticos, há dias, que os americanos querem prioridade, ou exclusividade, na compra de minerais raros do solo brasileiro, como lítio, cobre e nióbio.
Esses minerais são usados pelas indústrias de eletroeletrônicos, espacial e a bélica (claro!). São eles quem movem a indústria armamentista e tecnológica dos americanos. E quem mais está comprando isso do Brasil hoje? A China de Xi Jinping!
Donald Trump quer tomar esse negócio dos chineses e usou retaliação comercial, impondo a tarifa de 50% sobre as exportações do Brasil para forçar o Governo e empresários a sentarem à mesa com ele. E Bolsonaro nessa história? Virou o “boi de piranha”, como diz o ditado popular.
Trump queria também fazer um afago ao aliado e misturou tudo numa salada verborrágica naquela carta ao presidente Lula da Silva, e só piorou a polarização político-eleitoral no Brasil. Eis o fato. Uma semana depois, o presidente norte-americano tentou dissociar os interesses comercial do ideológico, em novas declarações distintas, e não conseguiu mais.
A bomba verbal de Trump fez um estrago para ele, para os negócios dos brasileiros e jogou óleo na fogueira acesa da polarização.