A Polícia começou a abrir o cofre dos fiscais corruptos da Fazenda Paulista e achou uma bomba, ou várias bombas (de combustíveis) no esquema de propina por crédito tributário. Um novo personagem surgiu (curiosamente ainda preservado na Justiça e na mídia) e seu assecla direto.
Segundo o jornal “Valor Econômico”, o juiz que decretou a prisão de fiscais citou, nos despachos, que a controladora da Rede Oxxo manteria vínculos com um dos fiscais detidos. O jornal, porém, não mencionou um dado relevante: o controlador da rede é o mega empresário Rubens Ometto, sócio do Grupo Shell no Brasil.
A Oxxo opera as lojas de conveniência dentro dos postos Shell. Entre seus principais executivos está Carlo Faccio, diretor-geral do Instituto Combustível Legal, o ICL — entidade financiada por distribuidoras de combustíveis e com forte atuação em pautas regulatórias do setor.
Na semana passada, a Coluna revelou o mal-estar em uma reunião da diretoria do Instituto (leia aqui). Um consultor relatou que um diretor da Secretaria da Fazenda paulista teria telefonado para Faccio, mesmo durante as férias dele, para detalhar operações fiscais que atingiriam desafetos do Instituto.
O assunto, por envolver informações protegidas por sigilo, provocou reação imediata: alguns executivos comunicaram seus setores de compliance para avaliar riscos de responsabilização futura. Agora, diante das prisões, a questão que se impõe é outra: estaria também o Sr. Carlo Faccio de alguma forma ligado aos fatos que levaram à operação e à queda dos fiscais?