No cenário educacional brasileiro, os Anos Finais do Ensino Fundamental demandam atenção especial e investimentos estratégicos. Dados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) de 2023 indicam que 16% dos alunos concluem o 9º ano com aprendizado adequado em matemática, e 36% em língua portuguesa.
Embora esses números apontem desafios, eles também sinalizam uma grande oportunidade: ao focar nos Anos Finais, podemos impulsionar a performance dos estudantes e prepará-los para os desafios futuros. Adicionalmente, o Brasil encontra-se 20% abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), o que reforça a importância de ações focadas para reverter esse quadro.
Para discutir e propor soluções inovadoras para esse contexto, o encontro “Redes Que Transformam” surge como um espaço vital para o debate e a construção de políticas públicas focadas nos Anos Finais do Ensino Fundamental.
O evento, que acontecerá nesta quarta-feira (20), no São Paulo Marriott Aeroporto Hotel, em Guarulhos (SP), reunirá gestores públicos, especialistas e lideranças de referência nacional, impulsionado pela organização Motriz. O objetivo é claro: discutir caminhos concretos que ampliem as oportunidades educacionais e contribuam para a redução das desigualdades, em um período decisivo para o futuro dos estudantes.
Entre os nomes confirmados para o encontro estão Raquel Lyra, governadora de Pernambuco; Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro; Cecília Cruz, secretária de Educação do Recife; Alexsandro Santos, diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica do Ministério da Educação (MEC); Kátia Schweickardt, secretária nacional de Educação Básica do MEC; e Priscila Cruz, presidente e cofundadora do Todos pela Educação. “Mais do que um evento, esse é um convite à ação coletiva.
“Precisamos transformar a escola para que ela faça sentido para as adolescências e seja capaz de reduzir desigualdades. Esse é o compromisso que nos move”, afirma Fred Amancio, diretor de Parcerias Institucionais da Motriz.
Com foco nos anos que vão do 6º ao 9º ano, o evento trará à tona a urgência de garantir uma educação integral e significativa para adolescentes, com a escola como espaço de pertencimento, desenvolvimento e proteção. A programação inclui uma série de mesas temáticas que vão desde o protagonismo estudantil até a articulação intersetorial de políticas públicas.
Adolescências no centro e a urgência de transformar a escola A programação do “Redes Que Transformam” reflete o compromisso de colocar as adolescências no centro do debate. Em vez de tratar os estudantes como coadjuvantes, o evento aposta no protagonismo juvenil como ponto de partida para pensar o presente e o futuro da escola.
Essa escuta ativa abre espaço para discutir práticas concretas que tornem a escola mais atrativa, conectada à vida dos alunos e capaz de promover o desenvolvimento integral, mesmo em contextos de tempo parcial.
Outro eixo central será a articulação entre diferentes políticas e setores. Afinal, enfrentar as desigualdades educacionais exige diálogo com áreas como saúde, assistência social e cultura, bem como a coordenação entre diferentes níveis de governo.
A intersetorialidade aparece como premissa para construir respostas mais completas às múltiplas barreiras que impactam o percurso escolar de milhões de adolescentes no Brasil. Ao longo do dia, experiências exitosas e desafios compartilhados vão dar corpo a um compromisso coletivo: transformar os Anos Finais do ensino fundamental em uma etapa significativa da trajetória escolar, que contribua para o fortalecimento da democracia e da equidade no país.
Coluna Esplanada, com informações da Assessoria