Mais uma prova cabal de que a estatal Correios faliu, só falta fechar – mas a direção de apadrinhamentos políticos continua a enganar o pobre do cidadão.
Um empresário pagou R$ 70 por um Sedex na agência franqueada do Setor de Indústrias Gráficas (SIG), de Brasília. O envelope foi postado na última segunda-feira (15) de Brasília para Salvador, com promessa de chegar no dia seguinte.
Até esta manhã (22), sete dias depois, nada do objeto nas mãos do destinatário. O pior: trata-se de um chip de telefone, e a funcionária da empresa ficou uma semana sem trabalhar, porque precisava realizar ligações interurbanas para linhas fixas.
O Correios estava na fila para privatização no Governo Bolsonaro. Dados públicos mostram que a empresa foi entregue superavitária e com lucros trimestrais, na transição da administração em 2022.
Hoje, com a gestão criticada por, entre outros pontos, investir em patrocínios até fora do País, a estatal precisa de mais de R$ 7 bilhões para se manter operacional. A ingerência política-partidária é forte, e houve até caso de tentativa de intimidação de jornalistas com processos pelo simples fato de publicações a respeito do cenário.
Em nota enviada à Coluna, o Correios informou que a entrega da encomenda “tratou-se de uma situação pontual”, e emendou que o envelope passou por procedimento habitual de verificação no centro de distribuição. Também admitiu que houve uma “lacuna operacional no processo de expedição, razão pela qual foi aberto procedimento administrativo para apurar o ocorrido e mitigar eventuais inconsistências dessa natureza”.
