Por Alexandre Braz, repórter da Coluna
É golpe em cima de golpe. Após a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) revelarem um esquema bilionário no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na operação “Sem desconto”, criminosos armam uma nova estratégia para tentar enganar a partir da fraude.
Agora, eles têm ligado para aposentados alegando que são do INSS e que precisam fazer um recadastramento de dados. Para justificarem a ação, usam a fraude anunciada. Os criminosos estão usando banco de dados vazados, que são encontrados até mesmo em camelôs, de milheres de aposentados.
O “Descontogate”, revelado pela PF e CGU, envolveu entidades cadastradas no próprio INSS que, de forma irregular e sem a autorização de aposentados e pensionistas, realizaram descontos indevidos. A fraude teria causado um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre os anos de 2019 e 2024.
O anúncio do golpe fez com que o Presidente Lula da Silva (PT) demitisse o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Além dele, outros servidores do órgão foram afastados de seus cargos. As irregularidades levaram o Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) a pedir demissão do cargo.
Para o ocupar o lugar de Stefanutto, foi chamado Gilberto Waller. O novo presidente do INSS afirmou que as pessoas que foram vítimas dos descontos irregulares serão ressarcidas, mas destacou que isso ainda não está sendo feito. Ele afirmou que os beneficiários lesados não assinarem nada, tampouco compartilharem senhas, sob o risco de caírem em nova fraude.