Parceiros

Brasília -

Parceiros
Brasília - 4 de julho de 2025 - 17:42h
Parceiros

Metanol, helicóptero e laços de sangue: os novos tentáculos do PCC no mercado de combustíveis

Charge por @izanio_charges
#compartilhe

Na última semana, a Polícia Federal prendeu o piloto Roberval Andrade e um policial civil conhecido pelo apelido de “Bombom”. Ambos são suspeitos de participação em um esquema para liberar um helicóptero que teria sido utilizado por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC). Mas essa é só a ponta do iceberg.

As investigações avançaram e revelaram um enredo ainda mais perigoso: caminhões da transportadora de propriedade de Roberval foram flagrados carregando metanol no Porto de Paranaguá. A carga seguia para o interior de São Paulo, onde, segundo as autoridades, os veículos trocavam as placas de identificação do produto, simulando transporte de etanol hidratado.

O metanol, então, era descarregado e vendido como se fosse combustível legal em postos da capital e da Grande São Paulo. Esses postos, conforme apurado nas investigações, estavam sob gestão da GGC Participações — empresa formalmente dirigida por Homad Abdallah Mourad. Mas os documentos apontam que o verdadeiro sócio da GGC seria seu primo, Mohamad Hussein Mourad, nome já conhecido pelo Ministério Público de São Paulo.

Mohamad é apontado como proprietário oculto da distribuidora Copape, que foi fechada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em meio a denúncias de irregularidades. A família Mourad, mesmo sob investigação, tenta agora emplacar uma nova formuladora de combustíveis: a GT Petróleo, cujo processo segue em análise pela própria ANP.

O metanol envolvido na fraude não é apenas ilegal — é letal. Altamente tóxico, pode causar cegueira ou morte mesmo por contato com a pele ou inalação. Além disso, compromete seriamente o funcionamento de motores, causando prejuízos irreparáveis aos consumidores que, sem saber, abastecem com veneno.

A conexão entre crime organizado, adulteração de combustíveis e tentativas de reingresso no mercado por empresas ligadas aos mesmos grupos levanta uma pergunta incômoda: quem, dentro das instituições, continua abrindo caminho para esse ciclo de impunidade?

A Coluna não conseguiu contato pelos telefones da Copape e não encontrou contato da GGC.

Deixe um comentário

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.