Por Paulo Fernando Melo*
Primeiro latino-americano no Papado, Jorge Bergoglio era bem humorado, torcedor fanático do time de futebol San Lorenzo, aberto ao diálogo e conviveu harmoniosamente com o seu antecessor, o Papa emérito Bento XVI. Preocupou-se com o meio ambiente, publicou a encíclica Laudato Si, na qual criticou o consumismo e o desenvolvimento irresponsável, e fez um apelo à mudança e à unificação global para combater a degradação ambiental.
Rompeu com alguns protocolos da Santa Sé, preferiu morar na Casa de Santa Marta e usava um sapato preto surrado por ser mais confortável. Era conectado com os fiéis por meio das redes sociais e antes de se tornar religioso, Bergoglio graduou-se técnico químico. Recebeu críticas de alas mais tradicionais por algumas posições, mas foi contundente na defesa da vida desde a concepção até a morte natural.
A imagem mais marcante do Papa Francisco foi concedendo a bênção Urbi et Orbi, completamente sozinho na Praça de São Pedro, no Vaticano, no dia 27 de março de 2020, durante o momento mais crítico da pandemia de COVID-19.
O Conclave para eleição do sucessor de Pedro será cauteloso e acredita-se que haverá várias votações para a escolha do novo Papa, não despontando nenhum Cardeal como franco favorito na eleição. Estive com o Sumo Pontífice no Vaticano no encontro mundial dos dirigentes da Rádio Maria em 2013. Ele mostrou-se afável e citou a devoção dos brasileiros a Nossa Senhora Aparecida. No seu papado canonizou os seus antecessores João Paulo II, Paulo VI e João XXIII.
Deixou um legado como o Papa que será lembrado apenas com o singelo nome de Francisco…
*Professor, presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família