Por Leandro Mazzini, editor da Coluna
Um dos advogados mais barulhentos de São Paulo, que gosta de se apresentar como Pitbull, virou de lado. Até pouco tempo atrás, seu escritório tinha um sócio atuando em defesa da Copape — empresa apontada pelo Ministério Público como braço do PCC no setor de combustíveis.
Na prática, o time do Pitbull fazia exatamente o contrário do que hoje faz: processava o Instituto Combustível Legal (ICL), que insistia em associar a Copape ao crime organizado. E não foi pouco. Conseguiu até uma liminar que calava Emerson Kapaz, presidente do ICL, proibindo-o de repetir em público a ligação entre a companhia e a facção.
A cena mudou quando a Polícia Federal escancarou o papel da Copape como uma das engrenagens centrais do PCC no mercado. Com a derrocada da empresa, o Pitbull tratou de trocar de lado. Agora trabalha justamente para Kapaz, o inimigo que antes combatia.
O contrato prevê aquilo que o advogado mais gosta de vender: dossiês contra adversários. Para isso, promete usar o seu esquadrão particular de ex-delegados da PF. O detalhe mais ácido está no financiamento. O ICL recebe recursos da Petrobras.
Ou seja: o Pitbull, que já defendeu a empresa ligada ao PCC, agora será pago com dinheiro público para montar dossiês contra os desafetos de Kapaz.