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A verdade dos mortos-vivos

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Atualizada Sexta, 3, 18h50> Uma bomba pode explodir na Comissão Nacional da Verdade (CNV) e o caso vir à tona, se a representação no Brasil do Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil), ligada à OEA, entregar um documento que rascunha.

A Cejil não quer que a CNV faça trabalhos de busca de supostos sobreviventes da Guerrilha do Araguaia (TO), na ditadura, e que hoje estariam sob proteção federal, após mudança de identidades. Seriam 20 os ‘mortos-vivos’ da época, hoje escondidos.

Trata-se de uma iniciativa preventiva, pois não estão na pauta da CNV quaisquer investigações sobre esse assunto, um dos mais polêmicos mistérios da ditadura.

A Cejil representa famílias dos desaparecidos do Araguaia. Procurada desde Quarta, a ONG não se manifestou por ora. A CNV informou que ainda não recebeu a carta.

Anos atrás, o então ministro Jarbas Passarinho revelou que o guerrilheiro Luiz Renê, do PCdoB, foi abrigado no Ministério da Educação, após dado como ‘morto’ . Renê ganhou nova identidade. Segundo relatos históricos, teria sido pedido do general Antonio Bandeira.

René foi preso no Araguaia, em fevereiro de 1974, ao lado de Hélio Navarro de Magalhães, seu melhor amigo dos tempos da militância estudantil no Rio de Janeiro. Dona Carmen Navarro, mãe de Hélio, há cerca de 20 anos pede às autoridades de Direitos Humanos que investiguem o paradeiro de seu filho, que ela acredita estar vivo.

A Cejil faz o lobby a pedido da irmã de Renê, Elizabeth Silveira. Há suspeita de que ele vive no MT. A família não tem notícias, Elizabeth não pode falar com a coluna ontem.

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