Infraero perdoou dívidas na canetada, a pedido das companhias que alegaram prejuízos na pandemia
Empresas aéreas do Brasil deixaram de pagar à Infraero mais de R$ 1,52 bilhão em taxa arrecadada de passageiros nos aeroportos administrados pela estatal nos últimos anos. É a chamada tarifa de embarque de cada voo comprado, que as empresas retêm na venda e deveriam repassar à estatal por contrato.
As companhias aproveitaram a crise causada pela pandemia da Covid-19 para pressionar o Governo a perdoar as dívidas, alegando que poderiam quebrar – balela, em razão de as dívidas serem de anos antes – mas conseguiram. Em 2013, os valores perdoados superaram R$ 13 milhões; 2014, R$ 558 milhões; 2015, R$ 473 milhões e, em 2016, R$ 482 milhões.
O valor consta em resposta da estatal ao Requerimento de Informação (2012/21) protocolado na Câmara pelo deputado federal Filipe Barros (PL-PR). O documento, ao qual a Coluna teve acesso, detalha ano a ano o montante do calote das companhias.
“É de estarrecer. As empresas cobram do passageiro e não repassam aos administradores de aeroportos. E são perdoadas”, critica o deputado Filipe Barros.