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Aliedo ganha homenagem com publicação de charges políticas

Foto: Divulgação
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Portal da Coluna Esplanada cria página especial para divulgar ilustrações do jornalista que faleceu em abril deste ano

Um senador de férias na praia que deu uma de herói, salvou menino de afogamento, mas quase morreu exausto na água e foi resgatado pelos bombeiros; O governador que roubou o bife de Michel Temer num almoço; aquele domingo em que o presidente Lula ficou sem o pay-per-view do jogo do Corinthians e “botou a cobertura abaixo”; o dia em que uma ministra do Governo recebeu oferta de casamento em troca de uma dúzia de camelos…

Engana-se quem imaginou os episódios citados como script de um filme de comédia. São fatos publicados pela seção “Vossas Excelências” da “Coluna Esplanada” entre 2011 e 2013, ilustrados com maestria pela pena de Aliedo Kammar – e que agora ganham um link permanente no portal de notícias em homenagem ao jornalista (https://www.colunaesplanada.com.br/vossas-excelencias/ )

Aliedo soube interpretar e levar às charges com traço peculiar e sarcástico a novela da vida real com seus personagens de Brasília, como os casos curiosos de bastidores como os supracitados, publicados por este repórter. Anos se passaram, e agora surge a notícia triste de sua partida no último dia 18 de abril de 2022. Sempre falador e atento a tudo à sua volta, Aliedo captou como uma antena a anedota do cotidiano que o cercava. A ponto de enganar a morte uma vez.

Nos idos de 2004, quando morava em Laranjeiras, no Rio de Janeiro, ele sentiu dores fortes no peito em casa. De imediato, correu para a calçada e caminhou cambaleante rumo ao hospital ali perto. Quase não chegou. Quis o destino que tombasse a 20 metros da entrada do pronto-socorro. Populares o levaram para a enfermaria e a equipe médica de plantou o salvou de um infarto.

Dias depois, este perdigueiro repórter foi à suíte visitá-lo para saber do próprio, aos risos, a narrativa que se criara entre colegas: com aquela conhecida cara da barba por fazer, bermudão sujo e cabelos arrepiados, passaria fácil por um bêbado em sono na calçada se ninguém o flagrasse na queda. Um anjo da guarda vestido de enfermeiro percebeu e enfermidade a tempo.

Aliedo Kammar ilustrou um dos meus livros, o de crônicas “Corra que a política vem aí” (Litteris Editora, 2010), que contou com prefácio de Cony e Murilo Mello Filho. Foi uma festa boa nosso encontro na noite de autógrafos na Saraiva do Shopping Rio Sul (veja a foto).

Da esquerda para a direita: este repórter, Cony e Aliedo em noite de autógrafos na Saraiva do Rio Sul

Mas desta vez ele não foi astuto o suficiente, e pego de surpresa há duas semanas. Aliedo faleceu aos 68 anos vítima daquele infarto adiado e de uma hemorragia digestiva. O gaúcho chargista e cartunista que fez história e abrilhantou as páginas de “O Pasquim”, “Jornal do Brasil”, “Correio do Povo” (RS), “Correio do Brasil” (RJ) e “Coluna Esplanada”, que tão bem desenhou a vida com críticas ácidas aos políticos, não conseguiu a tempo uma prancheta para escrever um adeus a esse espetáculo todo que é a vida, um grande circo sem lona.

Uma das charges recentes de Aliedo, sempre crítico ao governo de Jair Bolsonaro

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