Assessores palacianos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, buscam uma saída verbal honrosa para a confusão que o presidente causou ao falar de improviso sobre “perdoar o holocausto”.
Ao provocar involuntariamente os judeus mundo afora, Bolsonaro derrubou seu discurso de atração de investidores que fez em Davos, Nova York e Wanshington. A equipe tenta salvar ele e o Governo. Uma ideia é usar um grande evento internacional – ou uma entrevista a um canal de TV estrangeiro – para ele encerrar a polêmica. Mas há quem veja risco.
Famílias judias bancam o Museu de História Natural de Nova York. Quem manda na cidade há séculos são os judeus. Isso contribuiu para o cancelamento do jantar de gala dentro do museu, em homenagem a Bolsonaro em maio.
E o silêncio ensurdecedor do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu? A comunidade o pressiona de um lado, e de outro os empresários judeus temem que qualquer sinal seu contra Bolsonaro possa derrubar negócios bilionários com o Brasil.
Não são coincidências as críticas do The NYT a Bolsonaro e o cancelamento do Museu de História. Tudo ocorreu depois da batalha verbal do prefeito Bill de Blasio com os defensores de Bolsonaro, a quem criticou.
Mais essa
No episódio de barrar o reajuste dos combustíveis pela Petrobras, Bolsonaro passou a imagem de intervencionista no mercado – justo o que as multinacionais temem quando pensam em investir na América do Sul.