O presidente Jair Bolsonaro (PSL) inicia o Governo com um desafio internacional na economia. Com a equipe econômica egressa da escola liberal norte-americana, e a anunciada afinidade com a gestão Donald Trump – inclusive na polêmica eventual mudança da Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém – terá romaria de empresários à porta.
A China, rival direta dos EUA, Rússia e países árabes – estes ficarão insatisfeitos com o caso da Embaixada – são os maiores compradores de produtos brasileiros há anos. Há forte risco de boicote e retração na balança comercial. O desafio está com Marcos Troyjo, novo Secretário de Comércio Exterior.
Um dos maiores especialistas no mundo em BRICS, o economista e diplomata Troyjo deve ser a ponte para acalmar os compradores asiáticos e árabes. E manter a interlocução. O mercado internacional o vê com bons olhos.
Troyjo também é referência nos EUA. Há anos, como professor convidado, fundou o BRICLab na Columbia University, e circula bem entre investidores americanos.
Mais Desafios
Para o presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (Abcop), Carlos Manhanelli, Bolsonaro terá dois desafios de curto prazo. Na economia, com vertente e filosofia de direita, terá que impor uma agenda de rigidez com corte de gastos excessivos e controle da inflação. No Congresso Nacional, o presidente que foi deputado federal por 28 anos, terá que consolidar uma base aliada densa e fiel para aprovar projetos do seu Governo, entre eles a Reforma da Previdência.
À Coluna, Manhanelli diz que se Bolsonaro conseguir enxugar os gastos públicos, “vai sobrar dinheiro para investir em saúde, educação e conter a inflação”.
Sobre o Congresso Nacional, o consultor assinala que Bolsonaro “conhece os meandros do parlamento e já começa com aliados fortes: bancada da bala, ruralistas, evangélicos e o PSL que elegeu a segunda maior bancada da Câmara”.