Os delegados da Polícia Federal aceitam a criação de um órgão de controle externo da instituição. A revelação foi feita ontem pelo presidente da Associação Nacional de Delegados de PF, Edvandir Paiva, em conversa com jornalistas em Salvador.
A criação do possível comitê viria no bojo do debate da PEC 412, em tramitação no Congresso Nacional, que dá autonomia administrativa e financeira para a polícia judiciária, mandato para diretor-geral, entre outras antigas demandas da classe. Já a Fenapef, dos policiais federais, acredita não ser preciso a criação de órgão externo.
“Se o diretor-geral estiver agindo de maneira errada, pode ser retirado do cargo pelo comitê”, prevê delegado Paiva, citando apenas um exemplo. Não é o caso do atual DG.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Luís Boudens, reforça que já existe na Constituição o controle externo da PF – feito pelo Ministério Público. E não vê o porquê de delegados proporem um comitê de controle. Já os delegados não querem ficar à mercê dos procuradores – desejam fiscalização plural.
O Comitê externo seria composto por representantes de variadas entidades da sociedade e também de instituições públicas como o próprio MP, argumenta Paiva.