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Diário de um passageiro – O descaso da companhia e o assalto no táxi

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A série abrange as viagens do repórter realizadas de 5/12 a 3/01
Leia aqui a apresentação da série

Primeiro trecho

->Brasília (JK) – Rio de Janeiro (Santos Dumont), 05 de Dezembro, voo 1583
<- Rio (Internacional Tom Jobim-Galeão( – JK, 06 de Dezembro, 15h43

Se houvesse, além da previsão do tempo, uma previsão de encrencas em aeroportos, certamente milhares de brasileiros cancelariam seus voos para tais dias. Foi o que me faltou no dia 5 de Dezembro. Animado para reuniões seguidas no Rio na segunda (5) e terça (6), um bate-e-volta básico, não sabia que teria meus piores dias de aeroportos no ano de 2011 – na ida, por culpa da companhia. Na volta, por displicência minha.

Anac manda para as filas de check in os seus "fiscais". E só olham

Dia 5, segunda, Aeroporto JK em Brasília, 10h. As filas da TAM estavam enormes, duas delas se esticavam até a parada dos táxis de embarque. Essa cena numa segunda-feira pela manhã, dia considerado morno na capital. O táxi me deixou em frente ao check in da GOL, a companhia em que eu voaria. Havia reservado a passagem pelo site mais de um mês antes, no dia 2 de novembro. Com bagagem de mão, tentei fazer o check in na máquina de auto-serviço mas ela não identificou o localizador. Assustado, entrei na internet pelo Ipad e não apareceu mais o voo. Aquele ácido em forma de agonia foi subindo a garganta com a preocupação. Errara o dia? Impossível.

Mas como guardara o email de confirmação, encontrei a mensagem na caixa postal e fui direto para o balcão atrás de notícias. E a atendente, com um semblante que te indica “que merda!”,  veio com a surpresa: o voo das 11h para o Aeroporto Santos Dumont havia sido antecipado para às 9h. A companhia não me avisou. Nem email tampouco ligação telefônica. É aquela história que você já conhece: quando você liga para comprar a passagem, há 300 telefonistas que o atendem na primeira chamada. Na hora de se explicarem, eles não te conhecem.

A minha revolta foi maior porque a reserva, feita com um mês de antecedência, foi paga à vista. Com a minha insistência (claro, educadamente eu quase subi no balcão), a atendente também muito gentil – com aquela cara “some daqui” – colocou-me num voo de 13h20 para o Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, que fica distante do Centro. Resultado é que perdi uma reunião na Praia de Botafogo, agendada para as 13h, e um almoço com um amigo no Centro.

A fila do check in da TAM, na segunda de manhã: 100m, até a parada dos táxis

Não deixei barato. Como sobrou tempo, fui ao juizado especial da Anac e do TJDFT no Aeroporto, reclamei, queria processar a companhia. Caminhando com mais calma, apreciei melhor a estrutura do aeroporto, que nunca reparamos devido à nossa eterna pressa de embarcar ou sair. O espaço de trânsito de pedestres na área dos balcões é bom, embora as duas portas de entrada para área de embarque sejam bem apertadas. Havia cinemas no terceiro piso, lembro, mas fecharam. Ali, uma pequena praça de alimentação, com mesas bem espaçadas e bom mirante para parte do pátio do aeroporto e vista para as duas pistas paralelas. Nos banheiros, sempre algum faxineiro de prontidão. Aliás, em todos os aeroportos há uma grande deficiência da Infraero: os banheiros continuam do mesmo tamanho, não acompanharam a demanda crescente. Logo, vivem lotados, e mais sujos que uma década atrás, quando pareciam toillets de shoppings classe A.

No juizado, a atendente chamou um “preposto” da GOL para conversar e chegarmos a um acordo. Aí outra surpresa, confidenciou-me a atendente do juizado. As companhias não têm advogados nestes juizados, como determina a regra. Apareceu uma garota com o crachá identificando apenas como Graziela. Uma estagiária de direito. Despedi-me das duas e resolvi ir ao PROCON, quando voltasse, para processar a empresa por danos morais. O fato é que até hoje não tive tempo de ir. Mas ainda vou.

Sala do Juizado Especial no Aeroporto JK. Bem escondida.

No Rio, o Boeing pousou “em cima” da hora para minha terceira reunião, no Centro, próximo à sede da Prefeitura, e por conta disso veio o pior: na pressa de pegar um táxi, paguei um daqueles de balcão que ficam dentro do desembarque, e fui assaltado oficialmente – R$ 76  para um percurso que, no taxímetro, daria uns R$ 35 ou menos. Na conversa com o taxista – adoro puxar papo com eles, sabem de tudo – ele me informou que a autorização para o valor é da Secretaria Municipal de Trânsito Urbano. Esse assalto oficial não é particularidade do Rio, mostrarei em outra reportagem.

Desembarque no Galeão: com as cias insaciáveis no Santos Dumont, reposição de bagagem fica deserta no Tom Jobim em alguns horários com voos de grande intervalo
A tabela de preços absurdos de táxi na saída do Galeão. Vale o registro.

Na volta para Brasília, perdi meu voo pela GOL no Santos Dumont, porque me alonguei em almoço com amigos no restaurante do próprio aeroporto. Tive de remarcar, via Galeão, e mais R$ 381 e outros R$ 76 caríssimos de táxi do Santos Dumont para o terminal internacional para não perder outro voo 1937 da GOL (saída 15h38, direto para BSB), porque tinha só 40 minutos de intervalo. O Galeão continua o mesmo aeroporto abandonado que vemos pelos jornais e televisão. Nos dois sentidos. Pelas companhias – que preferem o Santos Dumont, filé mignon no Rio, e pela administração. Escadas rolantes sem funcionar, banheiros imundos, apesar dos esforços de faxineiros. Ano passado filmei uma “cachoeira” em frente ao portão 5 de embarque, devido ao estouro de um cano no teto, e faxineiros inertes e impotentes. Em contrapartida, o ar condicionado do salão de embarque – pelo menos naquele dia – estava bom, e detalhe para a limpeza das cadeiras e chão. O sistema de painéis de avisos de voos melhorou, há vários espalhados lá dentro, mas o sistema de som falha. A bela voz da famosa Iris Lettiere anunciando partidas é abafada pela muvuca sonora do terminal cheio.

Uma das minitorres para tomadas de laptops. Boa ideia no Galeão

Outro ponto a favor no salão de embarque foi a instalação de minitorres para tomadas de energia para recarregar laptops (veja foto). É a salvação de muita gente: a conexão virtual, já que a real muitas vezes deixa a turma sentada horas no salão.

1 comentário em “Diário de um passageiro – O descaso da companhia e o assalto no táxi”

  1. Fala primo, leitura muito agradável, como sempre, apesar dos percalços que está narrando. Queria apenas compartilhar que os vôos que fiz até hoje, a maioria à lazer, nunca tive grandes problemas. No reveillon agora me surpreendi positivamente com a Avianca, voando Rio-BH. Super pontuais, vôo tranquilo, excelente equipe de bordo, e pasme, um lanche delicioso e quentinho. Sucesso pra você em 2012.

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