Há décadas o ex-ministro José Dirceu circula pelo Brasil – e pelo mundo – com “dupla identidade”. Além do documento de identidade com o nome verdadeiro, Dirceu leva na carteira até hoje o documento da antiga identidade de Carlos Henrique Gouveia de Melo, seu nome de guerra dos tempos de exilado em Cuba e em outros países. A falsa identidade é de 1971, logo depois da primeira plástica que fez no rosto.
Ele enviou a foto para uma leitora da Coluna, e nós a reproduzimos aqui. E, pelo visto, um semblante muito diferente, depois de fazer a plástica. Anos depois ele retornou a Cuba para nova plástica, que o caracterizou facialmente como é hoje.
Dirceu passou-se, por anos, como o alfaiate Carlos Henrique após voltar ao Brasil e viver clandestinamente entre 1974 e 1979. Tornou-se um comerciante alfaiate discreto e de pouca fala, com poucos amigos, vivendo clandestinamente no País para driblar os militares.
O ex-ministro do PT lançou ontem (4, terça) no Circo Voador, no Rio de Janeiro, seu primeiro volume do livro de memórias, titulado “Zé Dirceu – Memórias” (Geração Editorial). A data não foi mero acaso. É a data de nascimento de Carlos Henrique, seu pseudônimo da clandestinidade.
José Dirceu, banido do Brasil em 1970, após ter sido trocado (com outros presos) pelo embaixador americano sequestrado Charles Elbrik, casou com Clara Becker – mãe do deputado federal Zeca Dirceu (PT-SP). Clara é sua amiga até hoje.
O Governo devolveu a identidade original de José Dirceu em 1979, após a anistia geral.