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Há 68 anos: Paris liberada e a restauração da República Francesa

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Por Pedro Nonato *

Há 68 anos, em 25 de agosto de 1944, Paris foi liberada da ocupação alemã que começara em 1940.

O comandante alemão de Paris era o general Von Choltitz que recebera ordens diretas e carta branca de Adolf Hitler para defender a cidade com todos os recursos e ainda para destruí-la inteiramente antes de uma retirada.

O general, no entanto, foi contra as ordens – cada vez mais insistentes – de Hitler para a destruição de Paris a ponto de solicitar ao cônsul-geral da Suécia, Raoul Nordling, que atravessasse as linhas do front e entrasse em contato com os Aliados, a fim de apressá-los e assim acelerar a capitulação alemã.

Em 19 de agosto Nordling sugeriu a Von Choltitz que buscasse contato com a Resistência mas, por ironia do destino, o sueco sofreu um ataque cardíaco pouco antes da sua partida e morreu. Porém, como sua carta de livre trânsito a sido emitida como R. Nordling, seu irmão Rolf assumiu então a delicada missão de alto risco.

Na tarde de 25 de agosto, o General Leclerc, comandante das tropas francesas livres recebeu a capitulação do general Von Choltitz, na Prefecture de Police e De Gaulle, ao chegar no ao final deste mesmo dia, discursou na Mairie de Paris lembrando o sofrimento de uma Paris martirizada pela ocupação e preconizando, ao mesmo tempo, o futuro de liberdade e de autodeterminação da cidade.

Enquanto isso, em Berlim, Hitler procurava saber, em vão, do seu general: “Paris está em chamas?”

No dia seguinte – ou seja, na data de hoje, há 68 anos – em 26 de agosto de 1944, dia seguinte à liberação de Paris por tropas francesas e americanas, De Gaulle participou da parada triunfal que saiu do Arc du Triomphe, desceu pela Avenue des Champs Elysées e prosseguiu até a Catedral de Notre Dame.

Por todo o longo percurso os parisienses saudaram seu libertador com grande entusiasmo e De Gaulle recusou-se a interromper sua orgulhosa marcha, apesar de apresentar um grande risco pois muitos franco-atiradores ainda disparavam de seus esconderijos.

Já em Notre Dame, tiros foram disparado mas continuou a ser celebrado o Te Deum e,a té os dias de hoje nunca se soube quem ordenou os disparos embora há quem atribua os tiros aos comunistas que procurariam, desta forma, impedir que De Gaulle subisse ao poder – essa hipótese jamais pode ser provada.

Contudo, essa parada da 2ª divisão blindada na cidade recém-liberada tinha como objetivo ressaltar o papel do movimento França Livre e reforçar a posição do general De Gaulle como líder do novo governo francês, rechaçando assim as ambições comunistas de poder na França já que o líder comunista da Resistência, coronel Rol, foi um dos signatários da capitulação alemã, ao lado do general Leclerc.

A partir daí, De Gaulle forçou resolutamente a constituição de um novo governo francês, impedindo assim que a França se tornasse uma zona de ocupação das potências aliadas – como veio a acontecer com a Alemanha, meses depois.

No dia 9 de setembro, tomou posse um governo de unidade nacional, sob a presidência de Charles de Gaulle que desta forma cumpria a missão a que se propusera: libertar o país, re-estabelecer a República e organizar eleições livres e democráticas na França.

* Publicitário, correspondente da coluna em Paris

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