Não se limita à transferência espontânea de votos de Lula da Silva para Fernando Haddad o súbito crescimento do petista nas pesquisas para presidente. A agenda de campanha diferenciada, pautada por Lula, ajuda muito. São segmentos e setores onde os adversários ainda não mostraram as caras para valer. Duas delas explicam.
Manuela D’ávila, a vice de Haddad, soltou vídeo de apoio às demandas LGBT e questões de direitos humanos. Haddad conversou com pescadores em Itajaí. Santa Catarina é o maior estado pesqueiro do Brasil, e um discurso via rádio alcança os pesqueiros em boa parte da costa do País. Atinge o público de Lula, que precisa apresentar Haddad.
Não é só o poder de Lula, direto da cadeia. É que nenhum presidenciável falou ainda diretamente a estes grupos que trazem votos. Além da transferência de votos, claro.
O efeito do rádio é imediato nas classes B e C – o eleitor de Lula e do PT, e agora de Haddad. Lula sabe disso, por isso manteve um programa diário quando presidente.
Aliás, Haddad precisa se decidir. Antes, dizia “Eleição sem Lula é fraude”. Agora candidato em ascensão, com Lula fora: “Contestar resultado é sabotar o País”.