Atualizada 18/2, 20h23 – Bebianno foi demitido do cargo no fim do dia desta segunda-feira, pelo presidente Bolsonaro
BSB, 15/2 – O ministro da Secretaria da Presidência, Gustavo Bebianno, está praticamente demitido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e não caiu na real. É essa a sensação entre aliados dentro e fora do Palácio. A indicação do presidente em dizer que ele mentiu ao citar contato, e o áudio divulgado pelo filho, vereador Carlos Bolsonaro, com um ‘fora’ do presidente para o ministro, foram o suficiente para indicar a porta de saída. Os Bolsonaro querem forçar a saída do ministro. Caso não saia, é passivo de demissão após o Carnaval. Bebianno usou o PSL durante a campanha como bem entendeu, e isso incomodou muito Bolsonaro e os filhos. Agora, ficou notório.
O projeto de poder de Bebianno nunca foi bem visto por Carlos, um nome fora do Governo, mas o filho e aliado mais próximo hoje do presidente. Ele e pai estão afinados.
Bebianno tentou controlar toda a direção do Patriota – executivas nacional e estaduais –como condicionante para Bolsonaro se lançar pelo partido. Mas foi impedido pelo presidente da legenda, Adilson Barroso, que relatou o episódio à época à Coluna.
Bebianno partiu para o plano B, e conseguiu o cenário que precisava no PSL. Bolsonaro topou, deu-lhe poder, sem acompanhar de perto as negociações.
Com o PSL nas mãos, Bebianno iniciou articulações de candidaturas de senadores e governadores em todos os Estados. Os Bolsonaro ficaram alheios à operação. Agora, a conta pode começar a aparecer: operações suspeitas de repasses de fundo eleitoral.
Só o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defende Bebianno dentro do Palácio. É ele quem convence líderes a defenderem Bebianno na mídia. Enquanto ele e Bebianno apontam ingerência desnecessária de Carlos no Governo, o núcleo militar e restante dos ministros já trabalha com hipótese de afastamento em algumas semanas.