A pequena e bucólica – por ora – Pirenópolis, cidade turística goiana de quase 300 anos – assiste a uma guerra política que envolve a especulação imobiliária que tomou conta do município: o lançamento de seguidos resorts com centenas de suítes no perímetro urbano.
Mais um capítulo, ruidoso, aconteceu ontem. A jovem vereadora Ynaê Siqueira Curado (UB), por meio de um Mandado de Segurança, conseguiu suspender a votação do Projeto Lei do Novo Plano Diretor, cuja votação seria em Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores. Ela saiu escoltada pela Polícia Militar e tem sofrido ameaças nas ruas.
O Plano Diretor alterado libera a construção de resorts dentro da cidade, alguns deles já anunciados no modelo de time share (imóvel compartilhado por diferentes proprietários). Segundo Ynaê, o Plano possui irregularidades, como a não realização de Audiência Pública pelo Poder Legislativo e a falta de estudos técnicos de viabilidade urbanística e ambiental, de capacidade de fornecimento de energia elétrica, de abastecimento de água potável, de esgoto sanitário e de coleta de lixo. Além disso, o trânsito intenso tornou-se um grande problema da antes pacata cidade.
A população se mostra insatisfeita com o debate sobre o Plano. A vereadora entrou com o Mandado de Segurança em desfavor da Câmara depois de ser ignorada pelo presidente da Casa, o vereador Tuti.