No afã do discurso eleitoral de que promete dar transparência e não interferir na Polícia Federal, o candidato a presidente Lula da Silva (PT) revelou na sabatina do Jornal Nacional, na noite desta quinta-feira (25), que sabia da operação da PF de busca e apreensão na casa de um dos irmãos e não o avisou.
A admissão vai de encontro às normas da PF e pode colocar Lula em situação delicada, se cobrado a se explicar. Por lei, cabe ao diretor-geral da Polícia Federal avisar ou não ao presidente da República sobre operações contra os chamados alvos delicados no decorrer da operação – e não antes, como conotou a fala do petista.
Outra informação contraditória neste caso é que, no dia da deflagração da Operação Xeque-Mate, 4 de junho de 2007, Lula estava em viagem oficial à Índia e a assessoria do Palácio do Planalto informou, ao fim do dia (horário de Brasília) que ele não tinha conhecimento sobre o teor da operação que cercou o irmão.
Vavá, como era conhecido, era suspeito de tráfico de influência com contraventores e operadores de caça-níqueis. Ele morava em São Bernardo do Campo e não houve acusação formal contra o irmão do presidente, que faleceu há poucos anos.