O ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, usou eufemismo de voluntarismo do empresário para dizer que o Brasil corre risco de forte racionamento.
Se o industrial – citado por ele – ou o comerciário não reduzirem o consumo, o povo paga. Esse é o resumo do discurso de quatro minutos da noite de segunda-feira em rede nacional de televisão.
O Governo não quer lançar mão das termelétricas porque sabe que a tarifa de luz vai aumentar e cair na conta do povo. Esse cenário seria muito ruim eleitoralmente para o presidente Jair Bolsonaro.
Neste caso, o Governo está numa situação delicada. Ou torce para o industrial redirecionar e equacionar sua demanda, ou liga todas as termelétricas a todo gás e carvão para evitar apagão – com o ônus para o cidadão.
Hoje, os reservatórios das hidrelétricas estão com capacidade de apenas 30% no Sudeste / Centro-Oeste, regiões que consomem 70% da energia do País.
Esse é o custo para o País amparado numa matriz de dependência das chuvas. Faltam termelétricas e também ativar 100% a usina nuclear Angra 3, submersa em décadas de escândalos.
O horário de verão não influenciaria agora na questão energética porque o Brasil passa por uma das piores secas. Mas depois do discurso do ministro, diferentes setores já defendem a volta do modelo para não ter apagão daqui a alguns meses.