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Organizador na ONU da Rio+20 cobra posição clara do Brasil

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Brice Lalonde quer liderança do país. Ex-primeira ministra da Noruega acredita que Rio pode superar fracasso de Copenhague.

A ex-primeira ministra norueguesa Gro Harlem

Um misto de crítica aos fracassos de acordos recentes e otimismo sobre a Conferência Rio+20, em junho, permeou o primeiro dia do III Forum Mundial de Sustentabilidade, em Manaus. Os dois destaques desta quinta do evento, o organizador da Rio+20 pelas Nações Unidas, Brice Lalonde, e a ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlem Brundtland indicaram que o Brasil deve assumir a liderança no debate e superar a malsucedida tentativa de compromissos dos países ricos no encontro em Copenhague, na Dinamarca, em dezembro de 2009.

Sem rodeios em sua palestra, embora não tenha citado autoridades do governo brasileiro, Gro Harlem Brundtland lançou o desafio ao Brasil e o estendeu a todas as nações que enviarão suas comitivas ao evento:

– O que está faltando realmente é governança internacional. A pergunta é: será que estamos mais desejosos agora do que em Copenhague a buscar algo que nos ajude a resolver esses problemas?

Brice, em nome da ONU

Foi justamente nesse ponto que Brice Lalonde, em nome da ONU, deixou o recado sobre as perspectivas sobre o país.

– Existe uma falta de liderança no mundo, os países têm que tomar iniciativas, e acho que o Brasil tem que tomar a liderança – discursou, ressaltando o poder do Brasil com “jovens tão comprometidos” e dos empresários.

O impasse de Copenhague na assinatura de contrapartidas que reduzissem impactos no clima partiu das grandes potências como Estados Unidos e China, e a ex-primeira ministra lembrou que até então os países não alcançaram maturidade para o debate. “O mundo não estava pronto ainda”.

– Espero que isso não ocorra no Rio, que haja mais preparação entre os líderes para irmos adiante e que crie estruturas mais adequadas que nos leve adiante.

Reconhecida no cenário internacional por criar leis que exigiam compensações ambientais da indústria petrolífera, no início dos anos 90 durante sua gestão, Gro Harlem Brundtland lembrou que foi duramente criticada pelos produtores do Golfo Pérsico, mas hoje os países do Oriente Médio, tardiamente, segundo ela, procuram reverter as mudanças do cenário ambiental. Esse é o ponto básico que, na visão da ONU, deve ser discutido na Rio+20, lembrou Brice Lalonde: o fomento à produção de energia limpa e sustentável.

– Muitos países gostam dessa área, e todos os países querem algo novo, mas os negociadores (no mercado) vão para as negociações com as velhas práticas, ‘não abra mão de nada’ – explicou, para justificar por que o mundo ainda é movido a petróleo. – O petróleo está caro. Existe um problema sério de fontes limpas de água.

Pais que descobriu suas reservas nos anos 60, a Noruega, frisou a ex-primeira ministra, e um exemplo de que se pode conciliar a extração do petróleo de maneira eficiente, com compensações ambientais e sem abrir mão da busca por nova matriz energética. “Desde lá decidimos como gastar (o lucro do petróleo) para o bem do povo da Noruega: em educação”.

Apesar da autocrítica em nome da ONU de nenhum avanço desde a conferência climática de Copenhague, e das perspectivas positivas para o evento do Rio, ambos sinalizaram receio de que é preciso que as comitivas estejam dispostas a rever teses e buscar consensos, para que de fato o encontro dê resultados e não seja taxado de irrelevante.

– O que há de importante depois de Copenhague é que a forma de negociação é grande, mais globlal, e o Rio terá avanços. O desejo de cooperar é o que conta no Rio, mas acho que a questão da energia é crucial – salientou Gro Harlem Brundtland.

Brice Lalonde admite, contudo, que nada é para médio prazo:

Temos que melhorar a base de todos os prazos dos governos, e o que temos que fazer. Em 20 anos haverão mais 1 bilhão de pessoas no planeta.

 

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