Diretores da Petrobras têm pisado em barris quentes para driblar suas relações pessoais fora da petroleira e com empresas enroladas na Lava Jato. Aprovada pelo Conselho da petroleira na Ata 159 de 1º de março, desde então a diretora de Refino e Gás Natural, Anelise Quintão, se vê questionada porque seu irmão, Ricardo Quintão Lara, é dono da Rilsan Engenharia, ligada à enrolada UTC, em leniência no processo por pagar propinas.
Na Ata, ficou claro que ela deve se abster de votar e ou opinar em caso de a empresa do irmão ou qualquer outra ligada a ele tiver contratos com a Petrobras. Caso semelhante à amiga e também diretora Ana Lúcia Poças Zambelli – que na mesma reunião se disse sob suspeição para votar, por ter gerenciado empresas fornecedoras da Petrobras.
Ana Lúcia Poças Zambelli, que admitiu amizade com a diretora, foi vice-presidente da Maersk Drilling e presidente na América do Sul da Transocean, duas delatadas na Lava Jato. Ricardo Lara, irmão de Anelise, voltou a ser contratado da UTC, informou a empreiteira à nossa reportagem.
Em nota à Coluna, a Petrobras informa que a nomeação da diretora “Anelise Quintão Lara atende a todos os requisitos de Governança e Conformidade”, e “foi objeto de profunda análise pelo Comitê de Pessoas”.
Também informou que, a despeito dos “laços de parentesco da diretora com membro da administração das empresas Rilsan Engenharia e UTC, constatou-se que não há contratos vigentes com as referidas”.