O ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, está sendo alertado por colegas pela ingenuidade em ser usado pela indústria do cigarro – com a maior fabricante, a Souza Cruz, na ponta – para defender a redução da tributação do produto.
Moro criou grupo de trabalho para estudar se a redução da carga tributária pode ajudar no combate ao contrabando. É justamente o discurso mercadológico dos fabricantes.
Palacianos indicam que o caso deveria ser tratado pelo Ministério da Economia, e não Justiça – a quem cabe combater o contrabando, não o imposto.
O episódio ocorre no momento em que o Governo precisa arrecadar mais, e não beneficiar um setor que custa ao Governo R$ 57 bilhões por ano em tratamento de doenças originárias do tabaco, conforme relatórios do Instituto Nacional de Câncer.
Colegas estão fazendo chegar ao ministro que pegou mal na Esplanada a criação de uma comissão, no âmbito da Justiça, para discutir o assunto. Isso é caso para Paulo Guedes.
O Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde, recomendou o fim do grupo de trabalho. Considera que baixar imposto vai contribuir para aumentar o consumo.
Alguém aí já viu o ministro Moro com um cigarro na mão, ou na boca?
Uma assessoria que defende os cigarreiros tenta desqualificar o trabalho da Coluna e envia recados e equipes às redações. Ocorre que há semana já alertamos nossos jornais.