A mais longa invasão de terras de Trancoso, balneário de Porto Seguro (BA), está com as horas contadas. O comando da Polícia Militar da cidade prepara a operação para reintegração de posse da Fazenda do Mirante do Rio verde, cujas terras foram ocupadas irregularmente em 2020 – e onde já foram constatados desmatamento e construções de madeira e alvenaria. O caso tem sido noticiado pela Coluna há dois meses.
Com essa operação, cujo mandado judicial saiu nesta terça-feira, a PM pretende desocupar a propriedade pacificamente nas próximas horas ou dias. Por se tratar de um acampamento maior que o do trevo de Trancoso – que foi reintegrado ao proprietário semana passada após confrontos na pista – a operação terá um reforço maior desta vez.
O lugar foi ocupado por um grupo chamado Movimento de Resistência Camponesa (MRC), sem ligação com o tradicional MST. E se mostrou, desde então, mais como uma ação de grileiros. Não foram poucas as vezes que a PM teve de entrar no local atrás de foragidos da Justiça. O MRC ainda se mostrou um braço eleitoral de políticos ligados ao Governo do Estado. Candidatos a deputados fizeram comícios dentro da Mirante e também no antigo acampamento do trevo, como já revelado aqui.
A Mirante do Rio Verde ocupa mais de 100 hectares em área nobre de Trancoso e região de mata fechada, conhecida APA – Área de Proteção Ambiental da região. Desde a ocupação, houve desmatamento no local e construções irregulares. O proprietário desde então tentou no judiciário a reintegração, porém mais de 20 desembargadores e juízes – um fato curioso e sem precedentes no país – se disseram suspeitos sobre o processo.O caso ganhou repercussão nacional após a divulgação pela Coluna e na TV Globo, no Jornal Nacional.
