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“Revoada tucana” da campanha de Doria é da turma que já estava fora

Foto: Reprodução/Agência Brasil
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Em 2006, no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin (SP) a presidente da República pelo PSDB em Belo Horizonte – o local foi condição de Aécio Neves para apoiá-lo – a claque do governador mineiro paga para aplaudir abandonou o centro de convenções logo depois de seu discurso. Deixaram Alckmin falando para um minguado grupo. Vexame encomendado.

O movimento se repete hoje, mas no lugar das hostes movimentam-se elegantes grãos tucanos. O dito “desembarque” de tucanos da pré-campanha de João Doria Jr ao Palácio do Planalto é uma revoada dos que já tinham deixado o ninho – só esqueceram de abrir a janela.

O pequeno grupo que promove um jantar hoje de apoio a Simone Tebet (MDB) e Eduardo Leite (PSDB-RS) – dois nomes mais citados em jornais que nos partidos – é capitaneado pelo deputado federal Aécio Neves (ele, de novo), que incita a turma a abandonar Doria e tentar salvar parte do partido de forma que, mesmo independentes, tenham laços com outros presidenciáveis na garantia de manter-se no Poder. Seja este qual for. Um constrangimento – para a ala tucana do pula-fora.

O episódio remete à cristianização de Alckmin em 2006, e experientes tucanos já esperavam isso do grupo de Aécio, José Anibal, Pimenta da Veiga, Paulinho Abi-Ackel e outros que, desde ano passado, apostavam as fichas no governador tucano gaúcho Eduardo Leite e… viram o leite derramar no projeto.

Eis os expoentes: os mineiros Pimenta e Abi Ackel sempre foram aecistas. Já Aníbal está contrariado porque, após breve suplência no Senado com as enfermidades de Serra, tentou apoio do titular para se capitalizar no PSDB e ser lançado à sua sucessão. Em vão.

A nova versão da política do Café com Leite expõe uma clara divisão de interesses dos grupos paulista e mineiro. Nada mais que isso. João Doria, oficialmente pré-candidato definido pelo PSDB, mantém forte apoio da maioria do partido: tem ao seu lado o Serra, o ex-presidente Fernando Henrique e – para surpresa do grupo mineiro – anda conversando muito com o senador cearense Tasso Jereissati (um aecista no projeto das prévias, mas um pragmático aliado respeitoso das decisões da legenda). A mesma prudência o grupo de Doria não esperava do staff com quem concorreu nas prévias. A surpresa é que o rompimento surgiu cedo, bem antes de abril, um deadline simbólico para decisões da importância.

Doria, no entanto, tem o desafio de manter esse apoio da maioria até abril, quando o cenário se oficializa. E o desafio de crescer nas pesquisas para cobrar naturalmente uma coalizão em torno de seu nome. Para isso, tem dialogado com prefeitos, seus cabos eleitorais. Já tem endosso de 320 alcaides tucanos ao seu projeto nacional, como propagadores de seu nome. E movimentou-se discreto na Câmara dos Deputados para apadrinhar e avalizar o novo líder da bancada tucana, o deputado Adolfo Viana (BA).

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