Cresce, mesmo que sigiloso, o desejo de senadores de investigar o patrimônio de ministros do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça.
Após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), arquivar o pedido de abertura da CPI da ‘Lava Toga’, o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) não desistiu. Circula por gabinetes em busca de assinaturas para instalar a comissão e apurar denúncias envolvendo membros de tribunais.
Vieira conseguiu apoio de 27 senadores (número mínimo para instalar CPI), mas dois retiraram suas assinaturas: Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Kátia Abreu (PDT-TO). “Surpreso e decepcionado”, lamenta o parlamentar de primeiro mandato. Porém acredita que a maioria faz coro com a CPI.
Por lei, o Conselho Nacional de Justiça tem poderes para investigar atos dos ministros como togados, não a vida particular. Esse poder, no entanto, como notório, fica só no papel.
A ideia da CPI surgiu após publicações na imprensa sobre investigação, pela Receita Federal, do patrimônio do ministro Gilmar Mendes. Ele recorreu ao presidente da Corte, Ministro Dias Toffoli, para interpelar o Governo sobre os motivos da investigação. E os fiscais, de investigadores, passaram a ser investigados.