O clima tenso no trevo do distrito de Trancoso, um dos mais paradisíacos balneários praianos do Brasil, ficou pior neste sábado após a reportagem do Jornal Nacional de ontem denunciando a invasão. Os posseiros bloquearam hoje a estrada e colocaram fogo em pneus, prejudicando a passagem de turistas e moradores.
A Coluna denunciou o caso em primeira mão no início de julho. Um grupo de mais de 400 pessoas invadiu uma propriedade próxima ao trevo, montou barracas, loteou, levantou guarita e fixou uma placa para mostrar quem manda ali agora, ilegalmente: o Movimento de Resistência Camponesa. Este é o segundo bloqueio que o grupo faz em um mês .
As autoridades locais já investigaram e descobriram que poucos do grupo lutam por reforma agrária, a bandeira da suposta luta camponesa. A grande maioria dos invasores é formada por moradores de periferia de cidades vizinhas, e motos e até carros do ano estacionados à margem da estrada denunciam isso. Gente que nunca pegou numa enxada e quer fazer negócio com a terra.
A inapetência do Judiciário contribui para o cenário de insegurança. O proprietario já pediu reintegração de posse, o processo avançou para o Tribunal de Justiça da Bahia em Salvador, e um mistério: quatro desembargadores já se disseram suspeitos para julgar o pedido. Um caso inédito na Justiça do Brasil. O TJBA já foi alvo da PF em operação que prendeu desembargadores acusados de…. Grilagem.
O MRC é o mesmo grupo que há dois anos invadiu outra fazenda, mais próxima da vila de Trancoso, e onde já nasceu um bairro todo descaracterizado e sem serviços.
As invasões, tanto a primeira quando esta nova no trevo, estão próximas também às terras da reserva Fasano Itapororoca, o novo hotel da rede recém-inaugurado. Ali perto os investidores vão construir a pista do aeroporto privado do hotel.
