O clima na Polícia Federal hoje é de apreensão após o presidente Jair Bolsonaro suscitar a hipótese de troca do diretor-geral, Maurício Valeixo. A afirmação, à Coluna, é do presidente da Associação dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, entidade que tem mais de 2 mil associados no Brasil. “O presidente da República pode sim trocar o diretor-geral, tem essa prerrogativa, exonera e nomeia a hora que quiser; a questão é se isso é correto. Nós gostaríamos que o DG tivesse mandato”, afirma.
Há anos a ADPF articula no Congresso a PEC 412, que dá autonomia orçamentária e administrativa à corporação, e mandato para DG, blindagem contra ingerência política.
Em meio ao momento “delicado”, o delegado Edvandir reafirma a defesa da autonomia da PF: “Em muitos momentos corremos os riscos de alterações nos bastidores”.
“Agora nós temos uma discussão pública (PEC 412) que esperamos que possa abrir os olhos do parlamento para que a PF seja protegida”, complementa o presidente da ADPF.